08 setembro 2011

007 de Pijama


Tem alguns anos que convivemos com a “world wide web” , e bem me lembro que lá pelos ano de 1988, comprei um livro. “ A terceira onda” onde Alvin Toffler se arrogava a dizer como seria nosso futuro próximo. Como todo o intelectual que se mete a cartomante ele acertou em algumas coisas e errou em outras, mas um ponto que ele acertou em cheio, foi apostar no que ele chamou de “infosfera”. Começava um capítulo abordando o trabalho de um herói moderno, o espião. Corporificado na figura de James Bond, agente a serviço de sua majestade a Rainha da Ingalterra, o também conhecido “007”. E qual bem, ou tesouro que esse paladino obtinha e protegia? A Informação! Claro que Toffler pega carona na reflexão sobre a Pos-modernidade , onde a base das trocas e da produção não é mais os bens matérias e industriais, mas sim a informação. O tiro certo dele, meio sem saber certamente, foi dizer que infosfera se tornaria um meio de comunicação importantíssimo, e também viraria um mundo com regras próprias, aparte da realidade. O que viemos a chamar de realidade virtual.
Alguns anos depois todos nós já estávamos munidos de PCs, conectando a rede telefônica, acessando um provedor, e mergulhando no maravilhoso mundo da Internet discada (..rs..). Lembra? Ainda me recordo do barulhinho do modem, para quem foi criado vendo Jornada nas Estrelas (Star Trek), e lendo Isac Azimov, me sentia o próprio Dr. Spock! Trocávamos emails, líamos jornal, mandávamos fotos, e etc... Certo que demorava um tempão para as coisas acontecerem, mas para quem vivia no mundo do Telex, poder mandar uma carta para alguém sem ter que ir ao correio parecia ficção cientifica mesmo.
Nessa altura do campeonato, lá pelo final do século XX, surge o quê pra mim é a maior ferramenta de espionagem de todos os tempos, a rede social. Um dia um amigo meu me manda um convite de um tal de “Orkut”, não sabia direito do que se tratava, mas resolvi experimentar. No começo só se podia entrar sendo convidado e o convite vinha via email. Lá você botava fotos, tinha paginas de recados, uma ficha completa da sua vida, endereço e atividades, gostos e aparência física. Na hora pensei: Parece ficha policial! (..rs..). Comecei a ler matérias sobre o tema , e descobri que um turco que trabalhava para Google tinha criado a página para ficar em contato com os amigos, e coisa tinha tomado proporções mundiais. Bem, a própria Internet era para ser uma ferramenta militar, e hoje está do jeito que está. Alguma coisa me dizia, sabe uma pulga atrás da orelha? Que as agências de inteligência adorariam essa história de rede social, pois o quê era extremamente resguardado no tempo da guerra fria , agora é publicisado. Informações pessoais, dados biográficos, fotos de residências e locais que as pessoas frequentam, ou seja, todo o tipo de informação sobre uma pessoa pode estar na rede. Tem um site de relacionamento que te segue no celular e vai dizendo onde você está. Fala sério! Isso não facilita e muito o trabalho de detetives particulares , espiões e da própria policia? James Bond pode ficar agora de pijama, comendo pizza, tomando uma cervejinha na frente do seu notebook monitorando seus inimigos da Spectrum, e vice versa. Se redes sociais não foram inventadas pelas agencias de vigilância e segurança, é obvio que facilitam muito o trabalho delas. NSA americana agradece os internautas e seus smatrphones, mas também a Al Caeda pode achar isso muito legal. Acho que nem Gorge Orwel, em “1984”o romance, pode imaginar tantos “olhos do Grande Irmão”, tanta gente vigiando todo mundo como está acontecendo hoje.

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