09 março 2016

Impacto, Mídia e Povo

Ando meio relapso com esse blog, pois afinal ninguém lê muito ele mesmo ( hehehehe). Contudo me sinto novamente motivado a escrever. Vendo esse país, esse “estado que não é nação”(Renato Russo), não preciso citar os problemas históricos da fundação de nosso país, como Império, posteriormente como República. Açodados estamos por uma crise política que tem catastróficos desdobramentos econômicos , só um tolo pra achar que a economia é realmente um campo independente do conhecimento e da realidade( Lui Dumont) . Assim nossas iniquidades políticos/morais fazem a feira da D. Maria ficar cada vez mais cara. O esquema de corrupção agora operado pelo PT(Partido dos Trabalhadores) foi idealizado na Ditadura Militar. “O poder não se mantêm só pela força, ou só pela razão. É sempre um misto dos dois”(George Balandier), assim se fez o acordo entre a elite financeira e o nascente regime militar fruto do golpe de 1964. Foi a época do “Brasil país do Futuro”, de obras faraônicas como a estrada Transamazônica, que fundaram as relações escusas entre empreiteiras e estado. Não é de hoje que escândalos de corrupção abalam a Republica, os mais velhos devem se lembrar da “Coroa-Brastel” e do “Escândalo da Mandioca”e por ai vai. A inovação do PT, que foi tentada sem sucesso pela gestão de Fernando Collor, foi a horizontalização da corrupção, ou seja, só o primeiro escalão ficava com o dinheiro. Como diria o Cap. Fabio(Tropa de Elite), “o dinheiro agora só fica com o Coronel e a quadrilha, nós ficamos na M...”. O Juiz Sergio Moro vem percebendo esse movimento há tempos, a doze anos atrás escreveu um artigo fazendo um paralelo entre nossa corrupção e a da Itália e sua Operação Mãos Limpas. Aproveitou o momento e a hora certa para agir, o que foi uma fato inédito, ver grandes empresários presos por corrupção. Neste fim de semana, meditando sobre essas questões, senti aquele aroma de picanha na brasa. Logo ouvi um pagode de quinta categoria no ultimo volume e vi feliz da vida o vizinho fazendo um churrasco na lage. Claro tudo regado a um inesgotável suprimento de cerveja gelada. Será que o povo não sabe que estamos passando por uma crise? De onde vem essa vontade toda de celebração? Ai me lembrei do resultado eleitoral, 54 milhões de votos, 51% dos votos que elegeram de novo um governo que já vinha do escândalo do Mensalão, e já era investigado por desvios na Petrobras. Diante desse aterrador fato concluo, que a maior parte do povo brasileiro não está nem ai pra corrupção, desde que possa continuar a fazer seu churrasquinho com pagode na laje. A grande indignação é da classe média, que custeia o suborno social do povo, através de programas assistencialistas de renda e habitação. Em recente entrevistas a BBC-Brasil o Prof.Dr. Daniel Aarão Reis, coloca que “o sistema político brasileiro está apodrecido, corrupção e ilegalidade são incentivados”. Sua trágica analise é um soco na boca do estomago de quem quer verdadeiras mudanças, porém não menos impactante é sua veracidade. Lula, Aécio, PT, PSDB ou PMDB, a alternativa é sempre trocar seis por meia dúzia , sempre mais do mesmo. Está mais do que na hora de uma reforma política séria, capitaneada pela sociedade civil em todos os seus níveis. Vivemos numa sociedade digital, totalmente conectada. Por que nossa democracia não pode ser assim? Ao invés dos políticos pegarem o mandato e decidirem nossas vidas sem dar a mínima para nossa opinião, por que não interferimos diretamente via internet? Através de consultas populares digitais. Sites de busca conseguem saber quase tudo de nós pela WEB . Está na hora de usarmos essa poderosa arma midiática para decidirmos nossos destinos, como na Grécia antiga fazer a Democracia voltar a ser diretamente representativa. Plebiscitos e referendos virtuais podem ser a maneira de o maior principio democrático ser realidade, “o governo do povo, para o povo e pelo povo”.