03 junho 2008

Cruzando Capricórnio

Bem... Era mais uma manhã modorrenta de Março na Universidade Federal Fluminense em Niterói, Rio de Janeiro. O calor e o bafo quente da Baía de Guanabara, que sopravam no Campus do Gragoáta, me lembravam porque Estácio de Sá fez o Rio de Janeiro do outro lado da Baia.
Gabriel vinha caminhando de um Bloco a outro do campus com um jovem alto e moreno a tira-colo, este usava um ralo cavanhaque ao estilo tártaro, só no queixo. Gesticulava e falava pelos cutovelos, logo descobri sua procedência depois de uma série de expressões idiomáticas do tipo: Ô,Ô,Ô! Sô! O jovem em questão era de Minas. Gabriel me apresentou o jovem e falante Marcelo, recém-mestrando que prentendia desvendar os segredos do “Papiro de Ani” e os mistérios do Livro dos mortos egipício. Conversávamos animadamente sobre os buchichos acadêmicos, e estes eram muitos, e Gabriel era nossa maior fonte de informação, se alguma coisa acontecia naquela faculdade de certo nosso Gabriel saberia. Assim nos encaminhamos para os pilotis do Bloco N, o da história. Ah! esqueci de dizer, todos nós estudávamos história, uns na graduação, outros já na pos-graduação. Sentado nos bancos de cimento nos pilotis do bloco N estava uma figura circunspecta, que observou nossa chagada por cima dos óculos caídos no nariz. Gabriel me apresentou “o gaúcho”, não o da obra de José de Alencar, mas Adriano, jovem estudante interessado nos homens bons da câmara de Porto Alegre, que estava sendo orientado pelas melhores pernas da história, digo, professora de história colonial. Decidimos tomar um café no MacUff , cantina do campus, mas mais que de repente cruza nosso caminho a bela e jovem Priscila, estudante de história medieval, que balançava suas douradas madeixas ao sabor do vento hipnotizando nosso olhar, principalmente nosso amigo mineiro. Este se lançou em elogios e afagos a bela manceba que sorria timidamente, mas sem rechaçar nem uma das investidas de nosso amigo falador dos “uais”. Assim segurava-lhe as mãos a moda do século passado as acariciando com olhar de “lobo mal”. Nessa hora não resisti, cutuquei o gaúcho , e soltei a pérola: Tentaculoso esse rapaz, não? Adriano deu uma gargalhada e todo aquele climão foi por água a baixo! Priscila percebeu nosso veneninho, e rapidamente se evadiu na direção do Bloco N, o mineiro desconsolado pela investida satirisada por nós disse: Ô,Ô,Ô! Sô! Depois dessa café é o cacete, vamos tomar uma cerrrrrrrrveja!
Assim meus caros leitores começa a amizade de três companheiros de armas, as armas do conhecimento e da história, que cruzando este trópico de capricórnio vão desvendando os mistérios de um país que é muito maior que o sudeste, mas que pode se encontrar, e se encontra num pátio de faculdade, num café e principalmente numa mesa de bar!

3 comentários:

Bruno Morais disse...

Grande Marcão! Divulgando o BLog! Abraço brother!
Bruno MArtins.

Adriano Comissoli disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Adriano Comissoli disse...

Olha eu ali, ó! A figura circunspecta que olha por cima dos óculos. Nem consigo me imaginar, pois na época eu não usava barba, embora já me interessasse demais pelas pernas... Opa!! Pelo estudo de história colonial do Brasil!!!!

Este episódio juntou uma série de episódios, mas é um bom resumo de como nos conhecemos.