26 julho 2008

Crônica 7: O Apito

São 8:00 horas! Hora de levantar! São 8:00 horas! Hora de levantar! São 8:00 horas! Hora de levantar!!!!!!!! Assim sentencia o despertador falante do meu telefone celular. Em tempos passados o toque do apito da fábrica ditava o ritimo das horas, já foram as badaladas do sino da igreja nos tempos medievais.
No mundo moderno uma infinidade de barulhinhos nos alertam, avisam e disciplinam, nos guiando por mundo traduzido em sons artificiais. O velho Trim... Trim... do telefone foi substituído por infinidade de toques difusos , que ora podem ser musicas , frases de efeitos ou outros sons abissais, que alegram os jovens e deixam intrigados os mais velhos.
Hoje em dia temos que discernir entre vários chamados sonoros, selecionado automaticamente a resposta certa ao estimulo, as vezes me parece que vivemos um sonho de Pavilov ( descobridor do reflexo condicionado), em um mundo de sons e ações pré-programadas.
Ontem fui a um parque , vi um homem com seu cachorro brincando animadamente, o cão explorava o terreno animadamente. Em um momento o dono do cão soprou um apito, o qual o som não ouvi, o cachorro prontamente obedeceu ao chamado inaudível para mim, e seguiu com seu dono. Aí me pergunto: Qual a diferença de nós para o cão? Quantos apitos invisíveis, e inaudíveis nos obedecemos?

Um comentário:

Jessie. disse...

Belo. :)

Sabe, pensando bem, temos um inquietante apito dentro de nós. ^^

Abraços.