16 maio 2008

Uma Escola Branca

Em um dia do mês de dezembro de mil novecentos e oitenta e cinco eu estava me formando no primeiro grau, o que hoje seria o ciclo fundamental, então com quatorze anos terminava uma fase importante de minha vida. Ali no pátio da escola reunidos amigos , colegas e parentes assistíamos a cerimônia de formatura, me lembro até que minha avó fez um bolo para ser partido ao final da festa.
Naquele momento distraído nem prestando atenção nas formalidades minha mente voava, lembrava de quando conheci o Miguelsinho e Luiz Antônio na aula de educação física, e eles me diziam:
- D. Cleir vai arrancar seu coro, você é muito gordinho!
E riam abessa. Aí deve ter nascido o apelido que me acompanharia durante os próximos anos da minha vida. E rememorava os tempos de aula que ficavam vagos, quando aproveitávamos para jogar Queimado e Basquetinho, aliás as partidas eram sempre entre o time dos meninos e das meninas. Nós garotos, em todo aquele ano, só ganhamos uma partida do time das garotas, que vergonha! Me recordava das professoras que tive, D. Leia que me ensinou a ler, D. Valquiria e seus terríveis beliscões e D. Míriam Maheim que passou-me o vírus da História do qual não me curei até hoje.
Minha atenção voltou para a formatura quando D. Nara, à época coordenadora, foi ao microfone para dizer algumas palavras e encerrar a cerimônia. Suas palavras foram rápidas e curtas, mas ecoam até hoje no meu coração, então depois dos agradecimentos de praxe ela disse:
- Vocês que deixam hoje esta escola, certamente seguirão por vários caminhos. Mas tenham certeza , daqui vocês estão levando seus melhores amigos. Vão com Deus!
Assim naquela escola branca de costas para Ipanema e de frente para o Jardim de Alá, começa a história de um adolescente gordinho na turma mais divertida que ele já teve.

Marcos Khanm ( O Gordinho)

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